No dia 23 de fevereiro 2020, após chegar à região montanhosa onde passei uma semana com o filho mais novo, surgiu-me uma inspiração. Um conjunto de frases que descreviam na perfeição o que tem sido a minha experiência de vida, as pessoas que surgem em várias áreas da minha experiência pessoal e profissional.
A linguagem era tão lúcida que me sentei e escrevi o que ouvia cá dentro. Escrevi e partilhei apenas a algumas pessoas mais íntimas. Cerca de um mês depois, outra experiência tão intensa faz-me perceber o que surgiu naquele dia. E o ciclo fecha-se. Só mais tarde surgiria um título apropriado para o texto que escrevi e que agora partilho: “procura a ovelha perdida”.
Penso que a maioria conhece esta parábola que Jesus nos conta: “quem é o pastor que, perdendo uma ovelha, não deixa as outras noventa e nove e vai pelo deserto à procura da ovelha perdida?”
Escusado será dizer que me sinto apenas um veículo através de quem a mensagem é transmitida, para quem tem “ouvidos para ouvir”…
Eu não vim para trazer amor onde já existe amor.
Eu vim para levar amor onde há ódio.
Eu não vim para trazer paz onde tudo é pacífico.
Eu vim para mergulhar onde há guerra e deixar aí a semente da paz.
Eu não vim para estar onde há união e harmonia.
Eu vim para promover o entendimento onde a ligação é impossível.
Eu não vim para as relações que funcionam.
Eu não vim para as relações que são perfeitas.
Eu vim para mostrar que nenhuma relação é impossível.
Eu vim para mostrar que todos estamos ligamos, simplesmente alguns já o esqueceram e não acreditam que isso é possível.
Eu não vim trazer esperança aos que já a tem.
Eu vim trazer esperança e fé onde só há desespero e toda a gente desistiu.
Eu não vim para estar no meio dos ricos e dos que têm sucesso.
Eu vim para acolher os perdidos e ajudá-los a perceber que eles também são “filhos de Deus”.
Eu não vim para estar no meio dos que acreditam na humanidade.
Eu vim para estar no meio dos que já não acreditam em nada e ninguém.
Eu vim para trazer a memória dos segredos do Universo aqueles que já se esqueceram.
Por isso,
Onde alguém diz “eu não sinto ligação nenhuma”, aí estarei eu.
Onde alguém diz “estou perdido e não acredito em nada”, aí estarei eu.
Onde alguém está apático e morto. Aí estarei eu.
Não esperes por mim onde há paz, amor, harmonia, esperança, fé…
Procura-me no meio daqueles que não acreditam, não sentem nenhuma ligação, não têm nada, não têm futuro à vista; no meio dos pobres, dos desesperados, dos sem amor, dos que desistiram…